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“Interiorizar e despertar”, um artigo de Júlio Frederico Voese

Interiorizar e despertar

A consciência de que somos espíritos faz com que possamos compreender e dar sentido às coisas, situações e momentos que vivemos
Por Júlio Frederico Voese, escritor e trabalhador espírita

Interiorizar-se é fazer com que a conexão razão/coração desnude cada véu existente que acortina o saber divino, intrínseco na nossa sapiência eterna, de várias e várias passagens por este mundo, hora frio e cruel, hora de uma beleza magnífica que somente a mão do Criador poderia elaborar. Tão formosa obra-prima na exuberância de uma natureza que nos traz a beleza e condição de existência.

Esta sublime conexão é aveludada pelos ensinamentos do Mestre dos Mestres, que nos dispunha a verdadeira criação de Deus, na sua simplicidade de fatos com uma gigantesca e inimaginável profundidade. Estabelece-se aí esta conexão, observa-se que tudo aquilo que antes possuía menção e significados intocáveis começa a cair por terra, como fruta que amadureceu no pé e não foi colhida no tempo certo. Segue o seu rumo natural da decomposição física para, através de suas sementes, brotarem novas plantas, gerando novos frutos. Estes não são como os anteriores; agora têm uma pureza e sabedoria mais apuradas, mais dignas e de caráter edificante no propósito divino da evolução.

Ponto de partida

Retirar esta cobertura, este véu da incredulidade e da ignorância frente ao verdadeiro propósito da nossa existência é tarefa demasiadamente dolorida e sofrível. Considera-se como um arrependimento o tempo vivido embaçado pelas vicissitudes terrenas que não permitiam o vislumbrar sublime da obra do Criador. Uma mistura de sentimentos, joguetes de forças que desestabilizam a relação corpo/espírito no instante turbulento que antecede a calmaria do oceano das águas divinas da compreensão de si mesmo.

Este ser, agora ciente da sagrada condição que lhe é cabível através da reencarnação, faz desta vivência na carne um novo ponto de partida, vislumbrando os ensinamentos que Cristo nos ministrou há mais de dois milênios. Ser que agora tomou novo rumo, iça as velas de sua nau buscando os ventos da consciência divina, tendo no leme o próprio Mestre, nas águas da verdade e do caminho até o Pai Maior.

De lição em lição, este ser visualiza o esplendor da evolução que aguarda no próximo porto. Busca as cátedras celestes impregnadas na essência contida nas palavras divinas do Mestre dos Mestres. Máximas de caridade, amor ao próximo e amor incondicional a Deus, antes repelidas como polos iguais de dois ímãs, agora se unem e estabelecem o propósito fundamental individual deste ser.

De lição em lição, o ser visualiza o esplendor da evolução que aguarda no próximo porto. FOTO: Pixabay

O despertar

Aos poucos, no tempo certo, toda promessa expressa através da minuciosa preparação pré–reencarnatória começa a surgir na tela de sua consciência. Os questionamentos mais intrínsecos começam a ser respondidos de uma forma tangível e simples, assim como foram os ensinamentos de Cristo. O sobrenatural passa a ser o natural, não há diferença entre estas duas circunstâncias segregadas pelo desconhecimento humano.

Ele passa a entender que Deus é de todo amor e justiça, um ser de energia pura, sendo assim, como sua prole, somos iguais em substância; ou seja, somos espíritos. Essa consciência da nossa condição estabelece a compreensão onde todas as coisas, situações, momentos fazem sentido. Entende, assim, que estar na Terra é uma benção e possibilita deixarmos para trás a mesquinhez de uma vida material, sublimando aquilo que compete a essência divina do amor ao Pai e aos seus desígnios.

O momento certo

Todo ser tem seu momento, sua hora sublime de buscar o aconchego de Deus. Isto acontece da mesma forma que um filho, quando aceita o erro, abraça seu pai, pedindo perdão e recebendo de volta o carinho e o amor paternos.

Assim se faz a interiorização, resultando no despertar divino de entender a nossa sagrada existência como espíritos encarnados, na busca incessante de nos aproximarmos da condição de espíritos elevados, tendo o direito ao desfrute da felicidade divina estabelecida desde a criação por Deus, onde todos, dentro do tempo devido, chegarão após sucessivas experiências neste e em outros mundos. Como sempre falou Jesus Cristo, “na casa de meu pai há muitas moradas”.

Como uma lagarta que passa por um processo doloroso e recluso, assim também nosso interior passa. Cada um ao seu tempo, todos teremos nossa hora de ver e viver a verdade proferida por Jesus Cristo.

Que Deus nos abençoe!

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