O termo respeito é amplamente usado, mas ainda pouco aplicado, podendo se apresentar em diferentes enfoques, mas basicamente sugere consideração, deferência, reverência… ou seja, reconhecer o outro em sua singularidade e características únicas, com ética e responsabilidade.
Etimologicamente, respeito tem origem no latim respectus, que quer dizer “olhar outra vez”, sugerindo que algo que merece ser visto em uma segunda ou até mais vezes é digno de respeito.
O respeito é um dos valores humanos fundamentais para a vida em sociedade, que referendam a organização da vida nos diferentes ambientes, acatando as regras postas para permitir uma convivência saudável e pacífica.
Respeitar não quer dizer que precise concordar plenamente com outra pessoa, mas significa não julgar, discriminar, ofender ou impedir que uma pessoa faça suas próprias escolhas, assumindo a responsabilidade por elas.
Já o não julgamento é uma conquista difícil e árdua, exige vigilância constante e uma disciplina rigorosa, pois é um hábito muito arraigado, e como tal se apresenta automaticamente, precisando ser coibido e substituído de forma gradativa para que possa ser erradicado.
Já devem estar percebendo a interface entre essas duas relevantes virtudes a serem conquistadas, visto que o não julgamento é um dos requisitos indispensáveis para que o respeito se efetive.
Poderíamos abordar as diferentes formas e níveis em que o respeito pode transitar, sendo que nas relações de poder e hierarquia há as de inferioridade, igualdade ou superioridade, muitas vezes exigindo obediência às regras e leis, outras lealdade, honestidade e justiça.
Há pessoas que pela sua conduta ética e moral inspiram empatia, apreço ou deferência, uma vez que não buscam impor sua vontade de forma autoritária, mas dialogam e acolhem sem exigências ou preconceitos. Com esse estofo moral, naturalmente inspiram respeito, pelo fluxo energético que emanam envolvendo os ambientes onde se encontram. São aquelas pessoas em cuja presença todos se sentem bem e gostam de estar.
Mas mesmo com essa conquista, essas pessoas podem não ser compreendidas, tampouco têm a garantia de serem respeitadas, mas educam pelo exemplo, que é a melhor forma de tocar os corações insensíveis, e ainda que não apresentem de imediato o resultado, o tempo cuidará de fazê-lo.
Uma consciência desperta já estará vigilante para essas relevantes qualidades, pois sabe a diferença que fazem na vida de cada pessoa que se coloca a caminho do autoconhecimento e da espiritualidade.
Então, quando conseguirmos frear o não julgamento já estaremos diante de uma grande conquista, evitando dispersar energias e possibilitando o uso delas para respeitar o outro na sua maneira e de agir, da mesma forma como gostaríamos que os outros fizessem conosco.
Tudo o que lançamos no universo de alguma forma retorna para nós e nos alcança, cabe-nos o cuidado e a vigilância desde os nossos pensamentos para que consigamos vencer as fragilidades e desafios postos, rumando com firmeza para a plenitude.
Dulci Alma Hohgraefe
Educadora e escritora