Estamos na estação do frio, tempo propício para as brumas, essa nebulosidade causada por gotículas de água suspensas no ar, que diminui a visibilidade, tal qual um nevoeiro, cuja origem vem do latim e significa “inverno”, ou “solstício de inverno”.
Fica complicado imaginar alguém se guiando pela imagem distorcida através da bruma, uma vez que já encontramos embaraços e propensão a nos enganar quando estamos diante de uma imagem clara e perfeita da realidade.
Além disso, a bruma também possui um significado simbólico relacionado à introspecção e à reflexão, podendo representar a busca por clareza e compreensão em meio à confusão, incerteza e obscuridade.
Todo esse preâmbulo encaminha para uma análise de como e em que estamos focando nossos propósitos, muitas vezes deixando-nos guiar pelas aparências e visibilidade distorcida, sem nem nos darmos conta da vulnerabilidade e das consequências nefastas que pode trazer.
A superficialidade gerada pela falta de foco e presença no aqui e agora são em parte responsáveis por essa visão estreita e deformada da realidade, formando ideias e opiniões sem fundamentos sustentáveis diante dos questionamentos mais banais.
Em épocas de mudanças e avanços céleres em todas as áreas do conhecimento e/ou tecnologias, como os que estamos atravessando, não há espaço para divagações e incertezas nem tempo para equívocos, pois fatalmente conduzirão ao atraso ou fracasso.
Infelizmente é o que ora estamos assistindo, essa resistência às transformações, como se nada estivesse acontecendo, permanecendo agarrados aos ultrapassados e obsoletos conceitos e paradigmas, com receio de abandonar a aparente zona de conforto.
Ignorar a realidade é no mínimo uma atitude ingênua, pois ela está posta queiramos ou não, e quanto antes nos dispusermos a encará-la, menores serão as consequências dolorosas, evitando desgaste e postergação.
Entendemos que é consenso que o nosso parco conhecimento ainda está distante de compreender toda a engrenagem e funcionamento do universo em sua complexidade e infinitude, o que nos será permitido segundo a ampliação de consciência a que nos propusermos.
Encarar a realidade de frente, sem buscar subterfúgios ou divagações certamente nos poupará tempo e energia que poderá ser direcionada para novos conhecimentos e aprendizados que irão impulsionar avanços significativos na trajetória evolutiva individual e consequentemente coletiva.
A bruma, tanto como um fenômeno da natureza quanto como uma metáfora para a busca interior, continua a fascinar e encantar pessoas de todas as etnias e lugares, despertando consciências e acalentando almas, em um movimento contínuo e constante, compondo a espiral da vida com singeleza e plenitude.
Dulci Alma Hohgraefe
Educadora e escritora